domingo, 29 de setembro de 2013

Modelo tradicional da economia exclui meio ambiente

Por Erica Petersen, Silvana Campos e White Prata

Não existe sociedade sem sistema ecológico mas, este pode existir sem sociedade e sem economia, é o que afirma Clóvis Cavalcanti, mestre e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco, em seu artigo, “Concepções da economia ecológica”. O professor faz uma avaliação crítica do posicionamento econômico
tradicional diante do meio ambiente. Ele introduz a perspectiva econômica chamada ecológica, que se diferencia também da economia ambiental prevista na ciência econômica aplicada atualmente.

Cavalcanti explica que, o modelo tradicional, retrata a riqueza como um fluxo fechado, consumo e rendimento formam um sistema isolado e circular entre famílias e empresas/ empresas e famílias. A economia ambiental é considerada um apêndice deste sistema. Ela é internalizada apenas com o propósito de cálculo econômico, ou seja, dar aos preços a condição de refletir valores e funções da natureza. Nos dois casos a
proposta de crescimento perpétuo é considerada realizável, uma vez que o sistema econômico não encontra limites onde esbarrar. Ele pode tudo.

A crescente percepção de que o sistema ecológico de sustentação da vida encontra-se cada vez mais ameaçado, constitui o ponto de partida da reflexão que deu origem formal à Economia Ecológica, EE. Estudada e defendida por vários autores, no mundo inteiro, esse modelo focaliza nas consequencias do comportamento humano, nos ciclos da água, dos nutrientes e do Carbono. Também questiona as formas de
retroalimentação entre o sistema social e natural, e como tais formas influenciam os serviços que recebemos do ecossistema.

Enquanto a ciência econômica convencional trata apenas da espécie humana, esquecendo todas as outras, a ecologia estuda todas as outras espécies menos a humana. Constata-se, em ambos os casos a necessidade de superar a estreiteza disciplinar que impede uma visão de conjunto da problemática ecológica – econômica. É onde surge a EE, como tentativa de integração, explica o pesquisador.

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